1. |
Ventos (Prelúdio)
01:27
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2. |
Sangue e Noite
05:18
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SANGUE E NOITE
Lua solsticial, deusa e rainha,
pálido reflexo nas negras águas.
Nai das artes do outro lado,
as artes do eclipse.
Abre a porta, abre a porta à noite.
Noite, mostra o esplendor,
um abraço de negrume e mistério.
Deixa que a daga rasgue o teu véu.
Noite, o teu sangue flue, noite;
cae em fervença sobre este plano,
sobre este mundo.
Noite, o teu sangue flue, noite;
cae em fervença sobre este mundo.
Vem esse manto de negrume
que enche este Panteom.
Bebe o sangue da noite,
escuita a sua voz,
mira nos seus olhos
e escuita a sua voz.
Escuita a voz da noite.
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3. |
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LAJES EM TORMENTO E DECADENCIA
Eis a espada baixo a água,
fria ferrugem esquecida
num sentido que já nom é.
Eis as lajes orgulhosas
no seu banho em sangue,
quebradas e profanadas.
Eis as lajes.
Eis os tempos,
do eterno fulgor e a firmeza.
Aquelas brilhantes torres,
aqueles sendeiros,
aquela força com a que ardia.
Nestas ferrarias do vazio,
já só se martelam pensamentos
até que nada fica.
Som esses martelos os que anunciam
tormento e decadência,
a era escura.
Eis a cinza, Eis a nada,
Eis sofrimento, Eis decadência.
Aquelas pétreas lajes, aqueles sendeiros…
Já se escuita martelar nas ferrarias,
já se escuita bater!
E o que antes laje, agora pó;
o que antes espada, agora ferrugem.
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4. |
Solpor dos Mistérios
04:46
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SOLPOR DOS MISTÉRIOS
Bestas do selvagem:
vos que recibides os horizontes de sangue,
[Sussurrade:] quem é a que vem voando
para calmar a sua sede?
Bestas do selvagem:
vos que lhe ouveades à estrela de Perseo,
Sussurrade: qual é o mistério
de sonhos e instinto nocturno?
Quando luz e escuridade som umha,
momento do solpor,
o silencio repara nos mistérios.
Estrela de Perseo:
qual é o nome da que chanta os seus colmilhos na carne?
Sussurrade: qual é o mistério das musas
que venhem ao solpor?
Quando a luz quer dar passo à escuridade
alongam-se as sombras e enfria o ar.
Bestas de essencia feral, sussurrade:
É Ela! O Espirito da Noite!
Quando os mortos andam
o seu caminho cara o poente
é o momento do solpor,
o Solpor dos Mistérios.
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5. |
Jugular (Interlúdio)
01:35
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6. |
Arqueiro
06:04
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ARQUEIRO
O rasto claro, entre lama e folha
de negro Novembro.
Os olhos cheios de lua [em furtividade],
alimentados de fame.
E segue, e segue e persegue,
e vai atrás dele.
E fame, e fame e mais fame,
que alimenta a cavalgada,
e nem póla, nem tronco,
nem terra nem pedra,
ham deter as frechas em chamas.
O! Arqueiro de 12 asas,
o vento da noite recende a sanque,
o resplandor do raio a prender nas setas.
O guia do próprio destino,
entre os estrondos nos céus de negro outono.
Os olhos cheios de raios a prender nas setas.
Cortam as frechas
o ar, reflexo de pensamento,
reflexo de palavra.
Deixam um alvo em sangue,
deixam um alvo em chamas.
O! Arqueiro: conheces o raio,
conheces o negro outono!
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7. |
As Devesas som dos Lobos
07:00
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AS DEVESAS SOM DOS LOBOS
Fauces em sangue, fita cara o vale
e os seus rabanhos da escravidom
a adorar as cadeias.
Nas devesas da escuridade ti és todo,
acovilho da libertaçom.
Olhar de lume, nunca queiras
a existencia de servidume.
Filho de Lucifer, eterno oponhente
e inimigo além das luzes:
leva o temor aos campos,
a aquele que esqueceu o que era.
Vigilante e furtivo,
o que desgarra a carne,
o que morde o osso.
Filho da noite, dono do selvagem
em eterna soidade:
faz da devesa teu trono,
da morte entre as folhas,
livre o espírito.
Entre monte e lua ti és todo,
acovilho da noite.
E o bafo escapava
entre lingua, sangue e cairos.
E gélido era o ar da madrugada,
teu o enfeitiçante arrepio.
Um ouveo que falava,
falava e berrava:
que as devesas som dos lobos.
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8. |
Baphomet no Rashulmat
04:16
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BAPHOMET NO RASHULMAT
Corno cerval, pai do conhecimento
e sopro de toda vida,
sempre alheio ao bem e ao mal.
Tem de ser destruiçom e criaçom,
destronar para entronar.
Facho de negra luz,
empurra desde as névoas eternas
do mais profundo vale
até o claro e frio cumio.
Ascensom é extenuaçom mas também trono,
céu limpo e tormenta,
brilhante luz e negra escuridade.
Cabeça negra do castrom,
alento e ansia,
estrondo de cadeias ao partir.
Baphomet [no] Rashulmat
O sendeiro deixa ver cavorcos
para chegar à coroa.
Porque é ali, entre pedra e frio vento,
onde partem as cadeias.
É ali onde está, livre e selvagem,
Baphomet no Rashulmat.
Cabeça negra do castrom,
Alonieco dos cornos:
som as antigas sendas as que levam cara ti;
levam a um Nemeton de corvos.
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9. |
Poço e Serpe
03:46
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POÇO E SERPE
Vem o vento do arco dos mortos,
vem por carreiro estreito.
Vai o nevoeiro entre pedra e folha,
vai a descer cara o fundo.
Profundo está o poço,
negras as águas do abismo,
negro o abismo de sangue,
negra a fervença.
Ela desce, desce e sobe.
Ela enrosca-se em mente,
contorna-se em corpo,
enrola-se em espirito.
Baixo as águas abre os olhos ao instinto,
águas em primigénia fertilidade.
Vem ela da noite dos tempos,
vem por regato estreito.
Vam as trevas
a descer cara o fundo.
Forte é o abraço da Serpe,
claro caminho ao que sub-jaz ao consciente.
Forte é o abraço da Serpe,
remuinho cara o sub-jacente.
Ela sibila, sibila e abraça e contorna-se.
É o corpo, é a mente, é o espirito.
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10. |
Águas Negras (Final)
01:43
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